Quinta-feira jantei no Torero Valese, e foi mais pra desfile do que jantar: as tapas não paravam de chegar na nossa mesa, e todas eram dignas de aplausos.
Lá vai a lista das delícias:
Gambas al ajillo – camarões que vêm numa panelinha, suculentos e temperados com alho.
Pulpo a la galega – um polvo que, peloamordedeus, é bom demais.. Derrete na boca! Mega saboroso, imperdível.
Rosbife de filé com queijo cremoso e caviar – uau.
Brie gratinado, pasta de tomate catalão, e manjericão servidos na berinjela empanada – delicioso, a berinjela gratinada faz as vezes de uma torrada, mais leve e crocante, fica perfeito.
Salmão defumado com cream cheese temperado e fundo de alcachofra com tapenade de alcaparrones – um sucesso.
Tartar de salmão à moda Torero – levíssimo.
Tomate com jamón serrano – simplesmente espanhol.
E
queijo Manchego em redução de Jerez – babado!
Destaque para essa: vieira em emulsão de azeite de ervas com sourbet de limão siciliano e chips de jamón – ma-ra-vi-lho-sa.
Tudo isso acompanhado de um belo
Tinto Verano ,uma bebida deliciosa e difícil de encontrar aqui em São Paulo – e bem perigosinha também!
Para completar, fizemos uma degustação de tapas doces:
crema catalana – que vem com uma adaptação deliciosa do chef: pedaços crocantes com sabor de canela sobre a crema -
profiteroles, panna cotta e mousse – com chocolate Valrhona.
Quando achávamos que já era bom demais pra ser verdade, chegaram os
mini churros, acompanhados de doce de leite caseiro e uma bola de sorvete com farofa de amêndoas. De morrer.
No Torero, a cozinha é zero ego, e busca trazer a natureza da culinária espanhola para São Paulo. Eles servem comida saudável, balanceando os ingredientes e suas texturas – e que texturas! Vide a viera...
E é saudável mesmo! O pão, receita do chef, é sem glúten, ou seja: pode mandar bala nas tapas! E nós mandamos. Segundo o chef, nós parecíamos dois Pac Man comendo sem parar!
O chef, Juliano, já foi o braço direito de Alex Atala em evento que reuniu 25 chefs – só a nata. Segundo insiders, as especialidades da casa são o ossobuco (que demora quase 20 horas pra ser preparado!) e a alcachofra com risoto – dá até briga.
Segundo Juliano, “tapa não é finger food”. São pequenas porções. E, no caso do Torero, porções de muita coisa boa! Todos os produtos são mega selecionados – os sócios buscam manter uma cadeia de fornecedores socialmente responsáveis – e de alta qualidade. Os embutidos, por exemplo, são feitos por um catalão. O cardápio, como um bom restaurante que trabalha com produtos frescos, tem sua sazonalidade.
Juliano acredita que os brasileiros tinham um bloqueio cultural contra as tapas, e encara essa leva de restaurantes oferecendo tapas no menus como algo positivo.
Além das tapas, eles têm um leque de 20 pratos, que inclui a paella individual e outros clássicos.
Nos almoços, executivos passam por lá para o buffet de antepastos e salada e uma das 3 opções de prato do dia – que são literalmente diários. Mudam todo dia.
O Torero é um gastrobar. “Um indeciso bem resolvido”, segundo Marcelo Kura, um dos sócios. É um bar com cara de restaurante (ou vice-versa). Mas o mais importante é que é um lugar gostoso, para comer bem e bater um bom papo.
Com um chef guiado pela paixão e um sócio mais pé no chão, o Torero harmoniza até nesse ponto. E falando em harmonia, eles servem um jantar harmonizado a pedidos – servido de acordo com o gosto do cliente. Você nem precisa olhar o cardápio – o chef cuida disso pra você.
Além disso, às quartas feiras, o músico Bocato (que já tocou ao lado de Elis Regina), toca jazz com um pouco de bossa e MPB para animar ainda mais o programa.
Sí, mucho gusto.
Torero Valese
Avenida Horácio Lafer, 640
http://www.torerovalese.com.br/