Ceci n’est pas... um post sobre o Ecco.

Ceci n’est pas um pipe, já diria Magritte.

Obras de arte são mais do que elas representam. E restaurantes são mais do que a comida lá servida.

Eu ia começar a escrever sobre o Ecco, um restaurante delicioso e que já conquistou seu lugar de destaque em São Paulo.. mas isso todo mundo já sabe. O que eu acho que poucos sabem é que lá trabalha o meu maître favorito.

O problema é que quando ia indicar um prato do Ecco, nada me vinha à mente além dos pratos que eu mesma invento, com a ajuda do maître Joel. Toda vez que eu vou lá, peço pra ele o acompanhamento de um prato com o peixe do outro, dou um nó no cardápio e sempre sai alguma coisa muito gostosa. Ele sempre me mima com pasteizinhos e mini-pizza de carpaccio de entrada, e um monte das bolachinhas em forma de estrela com o café, dizendo “essa minha cliente merece uma constelação” (e eu prefiro me enganar pensando que eu sou a única cliente mimada por ele).

Pois é, Paris tem Joel Robuchon. Mas o Ecco tem o Joel Espíndola.

Ontem jantei lá e conversei um pouquinho com ele:

Joel trabalha no Ecco há exatos 10 anos e 8 meses (ele tinha a resposta na ponta da língua). Diz que o que gosta mais no Ecco são os seus frequentadores (e a recíproca é verdadeira, gostaria de acrescentar).

Recomendação do maître: “se eu viesse comer no Ecco, pediria medalhões de filet mignon ao vinho Barolo, com tiras de cogumelo e shitake acompanhado de risoto de açafrão”.

Eu achava que ser fã do Joel era exclusividade minha, mas me enganei. Ele me contou que ultimamente tem saído mais cedo do restaurante (22h, 22h30), e que vários clientes já reclamaram por sentirem falta de serem atendidos por ele. “duas meninas que eu atendo a família desde que elas era pequenas deixaram um bilhetinho essa semana, dizendo que vieram aqui e sentiram minha falta! Isso é muito recompensador” contou Joel.

Depois do trabalho, Joel vai embora para casa correndo “cerca de 5 km. Encontro energia para correr depois do expediente no carinho dos frequentadores do Ecco”.

Joel aproveitou para elogiar o trabalho de seu colega e hoje melhor amigo Geovane, que está na casa há 12 anos. Geovane contou “o Joel é uma pessoa muito bacana. Como um irmão para mim. Estamos sempre juntos. Conheço ele desde que ele entrou no Ecco. Eu tinha até cabelo na época”, brincou.

Então é isso. Eu podia recomendar o Linguado com bisque de camarões acompanhado de risoto de radiccho tartufado. Eu podia citar nomes como o dos sócios João Paulo Diniz, Pedro Paulo Diniz, Luciano Huck, Mary Nigri, Sergio Cusin e João Armentano, ou do mágico Guto que passa pelas mesas entretendo os fregueses.

Mas hoje fica a dica: o maître Joel Espíndola é a estrela do Ecco – e merece uma constelação.

Ecco

Rua Amauri, 244 - Itaim Bibi  

http://www.eccorestaurante.com.br/