Ou seja, em um restaurante português, além de comida deliciosa, sempre vai ter alguém segurando a sua cadeira. Um amigo meu, de Lisboa, uma vez me disse: "uma mulher nunca vai ver as costas de um homem português. Porque colocamos elas sempre à nossa frente". Na falta de um desses, dá pra ficar feliz com uma bela refeição de lá por enquanto.
O Trindade faz jus aos dois aspectos: serviço atencioso e refeição deliciosa.
O couvert já é uma simpatia. Quentinho, com misto de pães feitos em casa - desde o integral até o açucarado.
Mimos não faltam: croquete, pastel e risole de camarão e bolinhos de bacalhau.
Os pratos principais estavam maravilhosos: Bacalhau Trindade (com crosta de curry e gratinado de legumes) e Ragú de Rabada com molho de ervilhas e polenta com manjericão. O bacalhau, mesmo generoso, estava levíssimo, uma delícia. E o ragú derretia.
Quem nos atendeu foi a Fran, uma graça, e pudemos bater um papo com a chef Lola Vinagre (que claramente já nasceu para ser chef), que tem uma história tão rica quanto a sua culinária: já viveu em Lisboa, Alentejo, Nova Iorque, França, Singapura, Itália, e viajou por muitos outros cantos saborosos do mundo. Não é a toa que seu cardápio é tão completo.
Encerramos provando quatro das sobremesas: pudim de laranja, sericaia do alentejo, toucinho do céu e encharcada de fios de ovos. Foi praticamente um tour de portugal, do Algarve a Porto.
Uma coisa super bacana: o Trindade faz parte do Satisfeito, um projeto global onde o prato tem sua porção reduzida, e o valor mantido. O dinheiro economizado pelo restaurante é doado. Veja mais em www.satisfeito.com
Ou seja, de todas as coisas que falamos sobre os portugueses, a única piada é ficar de fora de uma refeição dessas.
Restaurante Trindade
Rua Amauri, 328 - Itaim Bibi